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Perita do IGP diz ser difícil atestar dia que pessoa foi morta e inverno pouco conserva um corpo

Perita do IGP diz ser difícil atestar dia que pessoa foi morta e inverno pouco conserva um corpo

Fotoi: Divulgação/IGP-RS

A médica diz que mesmo no inverno a putrefação tende a começar em 36 horas, sendo que em 10 dias o processo já está bastante adiantado

Na semana passada, o Rio Grande do Sul acompanhou o desfecho trágico da morte de um menino de 11 anos na cidade de Planalto. A mãe disse que o menino morreu após ela dar uma dose alta de remédio sem querer. Porém, até o momento, os peritos dizem que a morte se deu por asfixia. Situações como essa fazem as pessoas se questionarem como a perícia é capaz de dizer com certeza o que causou a morte de uma pessoa.

Para esclarecer os ouvintes, a Uirapuru ouviu a perita médica-legista do Instituto Geral de Perícias do RS e professora da UFFS, Joana Rovani de Moraes. A perita explicou que, quando um óbito ocorre, existem três possibilidades de causas da morte: natural, provocada por doenças; violenta, causada por tiro, suicídio, homicídio, acidentes, entre outras; ou causas suspeitas. Nas causas naturais, não é necessário submeter o corpo a necrópsia e o médico geral atesta o óbito. Já no caso das mortes violentas e suspeitas, o corpo é levado ao Departamento Médico Legal (DML), em razão de fazer parte de um inquérito policial.

 

A professora lembrou que o local do crime também passa por análise pericial criminal e no necrotério o corpo passa pelos exames necessários para esclarecer as dúvidas do inquérito. Sempre que existe uma necessidade e a solicitação da unidade policial, exames específicos são realizados. A perita contou que, quando o corpo chega ao DML, a primeira coisa a se fazer é ouvir o que vem da base, o que a perícia viu no local e quais as suspeitas da Polícia.

Sobre o reconhecimento da morte por asfixia, a médica explicou que existem dois tipos, sendo uma física, onde existem marcas visíveis no cadáver, e a outra por medicamentos, que não é possível identificar visualmente.

Falando sobre o estado de decomposição de um corpo, a médica diz que mesmo no inverno a putrefação tende a começar em 36 horas, sendo que em 10 dias o processo já está bastante adiantado. A putrefação tem um odor característico e mesmo com as temperaturas baixas do inverno é difícil existir uma condição de preservação do corpo.

Questionada sobre como é possível identificar a data da morte, a médica disse que é possível dar um intervalo de tempo, ou seja, de dias em que o óbito aconteceu, mas precisar o dia e hora é praticamente impossível.





Autor: Comunitária 87.9FM

Data da Postagem: 03/06/2020 10:22:00

Fonte: Gabriel Nunes / Rádio Uirapuru