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Advogado do Conselhos dos Anciões de Serrinha fala sobre o conflito indígena em Ronda Alta

Advogado do Conselhos dos Anciões de Serrinha fala sobre o conflito indígena em Ronda Alta

Desde a segunda-feira (13), protestos com interrupção no trânsito da ERS 324, em Ronda Alta, mobilizam moradores da Terra Indígena de Serrinha. Entre os motivos que dão origem aos bloqueios estão a prisão do Cacique Marciano e também a possibilidade que indígenas expulsos no passado retornem à Serrinha.

Tudo começou na Operação Kãgtén, realizada semana passada pela Polícia Federal, com apoio da Brigada Militar e Polícia Rodoviária Estadual. Naquela oportunidade, nove mandados de prisão foram executados, entre os quais está o cacique de Serrinha.

Com a saída do Cacique Marciano, a área agora carece de liderança. E assim, alguns indígenas que vivem ali temem pelo retorno de outros indígenas, expulsos meses atrás pelo cacique – que agora está preso.

Entretanto, o advogado dos indígenas expulsos, Pablo Henrique Bulgos, conversou com a reportagem da Planalto News 92.1 FM. Conforme ele, que representa o Conselho de Anciões da Serrinha e outras famílias, “entramos com algumas ações judiciais em 2021 e as famílias receberam medidas de proteção contra as expulsões. Mas o cacique não cumpriu essa ordem e expulsou 30 famílias” conta.

Ainda de acordo com o advogado, as famílias pretendiam realizar um protesto em outubro, mas foram surpreendidas por um ataque dos demais indígenas, em um conflito que gerou duas mortes. “Então, tiveram que sair da região, estando agora espalhados pelo Rio Grande do Sul, aguardando o andamento dos processos. Mesmo com a prisão do cacique, a situação é delicada e a princípio não retornarão para Serrinha, pois não há segurança” salienta.

Atualmente, Serrinha tem uma liderança provisória – que, por sua vez, organiza os bloqueios atuais da ERS 324, em Ronda Alta.

Pablo Henrique Bulgos também explica que o conselho de anciões questiona na justiça o sistema de arrendamento das terras de Serrinha, medida que, conforme a Polícia Federal, rende até R$ 4 milhões anuais às lideranças da terra. “Enquanto grande parte da comunidade indígena passa necessidade financeira, o cacique ostentava um padrão de vida muito acima, vultuoso” finaliza. O arrendamento de terras, com geração de renda e luta pelo poder, é apontado pelo advogado como a origem dos conflitos. Em Serrinha, são 5 mil hectares de terras produtivas.





Autor: Comunitária 87,9 FM

Data da Postagem: 15/12/2021 16:35:00

Fonte: Rádio Planalto News /Foto: Divulgação