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Comissão de Representação Externa que trata da Estiagem no RS ouve dirigentes da Farsul

Comissão de Representação Externa que trata da Estiagem no RS ouve dirigentes da Farsul

 

Reunida no final da manhã desta quinta-feira (23), a Comissão de Representação Externa para Acompanhar os Impactos Gerados pelo Longo Período de Estiagem no Rio Grande do Sul realizou oitiva com o presidente da Farsul, Gedeão Pereira, e com o diretor da Federação, Domingos Velho Lopes. O encontro foi conduzido pelo deputado Luciano Silveira (MDB), também presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia. 

O presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, afirmou, inicialmente, que a estiagem no RS não é novidade, no entanto, cobrou soluções estruturantes para evitar suas consequências, ao invés das ações emergenciais fequentemente apresentadas. Gedeão criticou a burocracia estatal que incide sobre a irrigação, através do código florestal brasileiro e de outras legislações. O dirigente argumentou que a água é um bem infinito no Estado, mas não é permitido barramento da água da chuva que chega a mais de 1800 milimetros anuais, em média. "Nós temos períodos do ano que os nossos reservatórios enchem, mas se não temos reservatórios ela corre para o mar e, depois, na época que falta chuva não temos água para irrigar", disse.

Gedeão lembrou que lavoura orizícola do estado foi criada sem a burocracia. "Naquela época foram construídos cerca de 85 mil açudes na Metade Sul do Estado e hoje, esta região produz 65% do arroz consumido no pais", assegurou. Ele propôs a liberação ambiental para a construção de açudes adequados a propriedade tanto na Metade Norte e na Metade Sul para mitigar os efeitos da seca. "O produtor quer praticidade", apontou. Por último, Gedeão disse que a agricultura vai precisar da Assembleia Legislativa para desburocratizar as regras ambientais. "Essas soluções, por decreto, sempre têm contestação. Se conseguirmos leis aprovadas pela Assembleia as coisas se perpetuam. Esse é o caminho que nós da Farul pensamos", registrou.

O vice-presidente da entidade, Domingos Velho Lopes, em seu relato, fez um histórico da questão da estiagem desde 2019. "O que me preocupa é que todo o trabalho do Executivo, entidades, órgãos de controle e legislativo, nós damos ênfase gigantesca, e pertinente, às questões das consequências da estiagem e relegamos ao passado e quase nada de efetividade às causas que geram inapropriedade por parte do produtor rural", disse. Ao mesmo tempo, ele elogiou o Executivo pela definição, através de súmula do Ministério Público, sobre dúvidas jurídicas e institucionais a respeito de licenciamento de irrigação e conservação de água. Domingos Velho Lopes afirmou que a Farsul concorda com todas as medidas emergênciais adotadas. "Estamos falando de 400 milhões, 200 milhões, mas se tivéssemos reserva de água no solo, não teríamos o prejuízo de bilhões", calculou. Para ele, é preciso resolver o problema da intervenção em área de preservação permanente. "Há impacto, certamente, mas em médio prazo, conservando água, vamos ter um ganho ambiental", explicou.

Os deputados Luciano Silveira e Professor Bonatto também se manifestaram na audiência.

A Comissão de Representação Externa é composta pelos deputados Zé Nunes (PT), coordenador, Capitão Martim (Republicanos), Silvana Covatti (PP), Luciano Silveira (MDB) e Professor Bonatto (PSDB). Ela tem duração de 30 dias, e tem o objetivo de acompanhar os impactos gerados pelo longo período de estiagem no Rio Grande do Sul, e sugerir alternativas capazes de amenizar as perdas ambientais, sociais e econômicas advindas.





Autor: Comunitária 87,9 FM

Data da Postagem: 23/03/2023 15:18:00

Fonte: Vicente Romano MTE /Agência de Notícias