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Garantir o retorno regular de doadores é desafio para bancos de sangue

Garantir o retorno regular de doadores é desafio para bancos de sangue

Há dois anos, Silvana Alvanoz tomou uma decisão: fazer a diferença na vida dos outros. Para isso, ela tem, literalmente, dado o sangue. “Quando a gente vem aqui, eles explicam que o teu sangue pode salvar até quatro vidas. Então, imagina a satisfação de saber que tu podes salvar outras vidas. Isso não tem valor, é demais. Eu até me emociono de falar”, conta a assistente social de 49 anos.

A cada noventa dias, ela sai de Alvorada, onde mora, e vai até o Hemocentro do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, para doar sangue. No caso dos homens, o intervalo obrigatório é de sessenta dias. Encontrar voluntários como Silvana, que fazem da doação uma rotina e não apenas algo esporádico, é o grande desafio dos profissionais da saúde.

 

Segundo a coordenadora da instituição, Maristela Teixeira, a vantagem dos doadores fidelizados é que eles já sabem os cuidados que precisam ter (veja abaixo quem pode doar). “Isso é muito importante porque daí nós teremos um doador preparado para fazer a doação, alguém que já sabe o que pode e o que não pode fazer antes da coleta e que já conhece a nossa rotina. Isso é fundamental porque o sangue tem validade. As plaquetas, por exemplo, duram só cinco dias. Então, nós precisamos de regularidade, precisamos de doadores todos os dias, e não apenas quando se faz campanha. Isso vai garantir que o nosso estoque esteja sempre adequado para atender aos hospitais”, explica Maristela.

Chegando ao hemocentro, o voluntário faz um cadastro, passa por uma triagem clínica e uma rápida entrevista. Se for aprovado, vai para a coleta propriamente dita e, em seguida, recebe um lanche. O processo todo leva em torno de uma hora. Todos os tipos sanguíneos são bem-vindos, mas o O negativo é considerado mais raro por ser o doador universal, aquele que todos os pacientes podem receber.

Rede gaúcha tem oito hemocentros

Além de Porto Alegre, o Estado tem hemocentros em Cruz Alta, Passo Fundo, Pelotas e Santa Maria. As cidades de Caxias do Sul, Santa Rosa e Alegrete também possuem, mas a gestão é municipal. Os oito locais compõem a chamada hemorrede e, juntos, recebem em média 415 doadores por dia. Parece bastante, mas os hemocentros precisam abastecer 240 hospitais gaúchos. A coordenadora da rede, Helena Cunha, lembra que uma bolsa de sangue pode ajudar até quatro pacientes. “A gente trabalha com o uso racional do sangue, ou seja, só recebe quem realmente precisa. O problema é que muitos pacientes dependem disso, principalmente os pacientes com câncer, com leucemia, que fazem quimioterapia e precisam de reposição. Além disso, temos as cirurgias cardíacas, que hoje estão aumentando bastante, e as vítimas de grandes traumas, aqueles acidentes que geram uma grande perda de sangue. São os principais usuários”, afirma Helena.

Para incentivar a doação, os hemocentros da capital e do interior oferecem um serviço especial para empresas que juntam um grupo de funcionários dispostos a doar: vans que buscam os voluntários na empresa e levam ao hemocentro. É preciso ligar com antecedência e agendar (veja abaixo os endereços e os telefones dos hemocentros).

 

E vale lembrar que a solidariedade é uma via de mão dupla. O carpinteiro Márcio de Oliveira Santos mora em Viamão, mas foi até a capital na quinta-feira (02) para fazer um gesto que, no passado, salvou sua vida. Em 2009, ele precisou fazer uma cirurgia. “É a primeira vez que eu vim doar sangue. Quando eu precisei, quando eu fui operado, bastante gente doou pra mim. Agora, eu vim a pedido de uma pessoa que vai se operar também. Eu vim ajudar. Estou retribuindo”, conta, com um sorriso de gratidão.





Autor: Comunitária 98.3FM

Data da Postagem: 08/08/2018 10:24:00

Fonte: Vanessa Felippe e Portal InfocoRS